Consórcios de tecnologia norteiam I Fórum de Cidades Digitais do Litoral
Evento resultou na formação de um fórum permanente para atuação em conjunto das prefeituras na área

Prefeitos e gestores públicos do Litoral e de outras regiões estiveram reunidos, nesta quinta-feira (26), em Morretes, para tratar da tecnologia como investimento e impulso em diversos setores da administração pública. O evento, realizado no Theatro Municipal, é organizado pela Associação dos Municípios do Litoral (AMLIPA), Rede Cidade Digital (RCD) e Prefeitura de Morretes e deu início a uma série de articulações para aplicação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) visando o aprimoramento dos serviços públicos nos municípios do Litoral.
Um sistema de consórcio entre os municípios foi a modalidade mais ressaltada por prefeitos e especialistas. “Na metade do evento já conseguimos algumas soluções. Sugeri um sistema integral na Saúde através do nosso consórcio juntamente com a cidade digital”, afirmou Evani Justus, presidente da AMLIPA e prefeita de Guaratuba, sobre uma gestão que facilite o atendimento em toda rede pública de Saúde da região.
O município de Guaratuba foi uma dos exemplos apresentados durante o evento. A prefeita destacou, por exemplo, a redução do número de crimes com a implantação de câmeras de segurança integradas entre secretaria municipal e polícias civil e militar. Outro ponto ressaltado por ela está no uso da tecnologia em diversos setores de gestão como saúde, controle de frotas, gastos com combustíveis, gerência da iluminação pública, entre outras. “É um dinheiro com custo muito baixo pelo retorno que ele traz. Resultando em economia você consegue aplicar em outras áreas. Vale muito a pena. Como gestora, se informem, procurem e implantem”, disse aos participantes.
É justamente a gestão da iluminação pública o interesse de diversos gestores presentes no evento. Segundo o diretor da Exati Tecnologia, Denis Weis Naressi, com aplicação de um sistema inteligente e luminárias led, proporcionando uma rede de comunicação entre os postes, é possível identificar defeitos de forma automática, realizar o agendamento de manutenção e otimizar custos, que acabam resultando em economia para as administrações. “Iluminação pública é uma questão muito importante para o munícipe, gera conforto, qualidade e mais segurança. Na questão da iluminação pública a modalidade de consórcio se aplica muito bem também”, reforçou Naressi. A Exati é uma das empresas que atuará em diversos consórcios no Estado de Minas Gerais.

Infraestrutura
Para atender a uma série de serviços que as cidades digitais podem oferecer, especialistas da Universidade Federal do Paraná, do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), comentaram sobre a necessidade dos municípios investirem em uma rede própria e segura para atender a demanda. “Uma rede de alta velocidade pode ser laboratório para empresas em novas aplicações. Se você tem uma rede de alta velocidade se ganha em escala. Na segurança, uma central conjunta pode sair muito mais barata”, explicou o professor Luis Bona. “É fundamental ter um canal de fibra interligando as cidades, devido à manutenção e qualidade. O privado pode ter interesse nisso. Cabe aos gestores ver qual arranjo pode ser aproveitado nisso”, completou ele.
O formato de compras de equipamentos em volume entre os municípios do Litoral, através de consórcio municipal, foi outro ponto ressaltado por Bona, proposta que significaria redução de custos para as prefeituras.
O professor Daniel Weingaertner também falou sobre as alternativas para manutenção da infraestrutura implantada, que pode gerar recursos para os municípios com a comercialização da fibra óptica. Ele apresentou aos gestores o sistema Agendador, desenvolvido para atender os municípios contemplados com o programa Cidades Digitais, do Ministério das Comunicações, e o Sistema OpenSLX, que permite a instalação, manutenção e carregamento de diferentes sistemas operacionais remotamente. “Podemos oferecer treinamento e auxiliar na implantação nos projetos pilotos”, acrescentou.
Exemplos
As experiências, em especial dos municípios do Litoral, foram apresentadas no I Fórum de Cidades Digitais da região. Interligar os prédios públicos é uma das metas deste ano nas cidades de Paranaguá, Pontal do Paraná e Morretes. “Para nós é importante um evento desta envergadura porque vai possibilitar o aperfeiçoamento, as condições de interação e integração entre a sociedade que hoje está informatizada. Nós precisamos realmente nos atualizar e avançar para que a gente possa buscar ferramentas necessárias visando fortalecer o crescimento e desenvolvimento regional”, analisou o prefeito de Morretes, Helder Teófilo dos Santos.
Além dos exemplos litorâneos, o público conheceu detalhes do Telêmaco Borba Digital, projeto que foca, principalmente, na inclusão social e digital. A infraestrutura montada vem permitindo que o município implante neste ano, por exemplo, sistemas de agendamento de consultas e de gestão.
Temas como georreferenciamento, com o Conselho de Arquitetura de Urbanismo (CAU-PR), fontes de financiamento – PMAT para as cidades digitais, apresentado pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), também foram abordados durante o Fórum do Litoral. O diretor adjunto de Relações Institucionais da Assespro-PR falou sobre o mercado de tecnologia. Para ele, os municípios do Litoral devem investir em conectividade e infraestrutura para atrair empresas e os profissionais da área, aproveitando as belezas naturais e qualidade de vida propiciada pela região.
Apiaí – Cidade Digital
O Fórum do Litoral atraiu gestores públicos de outras localidades. É o caso de Apiaí, município do Vale do Ribeira, no interior de São Paulo, e que está prestes a se tornar Cidade Digital. Localizada também em uma região turística privilegiada, Apiaí foi contemplada com projeto do Ministério das Comunicações e aguarda o início da implantação da fibra óptica.
Fonte: Rede Cidades Digitais
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